NICOLA COSTANTINO // MI DOBLE
Através de um filme e várias fotografias, a artista argentina volta a refletir sobre o autoconhecimento. “O outro” aparece desde a época Romântica, com o Medardo de Horffmann, Dr. Jekyll de Stevenson ou o Dorian Grey de Oscar Wilde, até atualidade nos filmes de Brian de Palma o Kieslowski. Figura fundamental da psicanálise de Freud, o outro é o execrável, em outras palavras, aquilo que é tão conhecido que produz horror.
Com esta idéia Nicola constrói uma cópia dela mesma, com mais força que sua identidade em um dos momentos mais significativos de sua vida. Mais neste processo empático a resposta emocional se converte em rejeição e negatividade.
A maternidade, a solidão, a vida madura e artificial, a perfeição e a deformação, formam esta história dramática e poética, exposta a nosso olhar no filme “Trailer” e nas diversas fotografias presentes na mostra. Lançadas no 2010 na Fundación YPF para depois ser exibido no stand da Baró na feira ArteBA, em Buenos Aires, estas peças são inéditas no Brasil.
A pulsão da vida é a protagonista da trajetória de Costantino: fotografias onde ela representa sua própria morte, instalações em que animais em forma fetal ou objetos são elaborados com um material análogo à pele humana. O excesso e a exuberância destas propostas fazem deste discurso um diálogo entre o esquisito e o belo.