Living in My Art-room: Felipe Ehrenberg
Living in my ART room
Felipe Ehrenberg (Tiacopaca, México, 1943 –Amorales, México 2017)
Galeria Baró tem o prazer de homenagear o renomado artista mexicano Felipe Ehrenberg, que faleceu em maio deste ano, considerado um dos artistas mais instigantes e importante do México, com uma obra extensa de mais de cinquenta anos de produção. Na mostra, serão exibidas obras do acervo da Baró, sua principal e primeira galeria a representar o artista.
A exposição inaugura dia 21 de setembro no Jardins com trabalhos históricos e recentes, como instalação, publicações, registros de performances, pinturas, colagens, pôster, desenhos e filmes. Apesar de seu elaborado discurso e pensamento conceitual, tinha a necessidade de se comunicar com as massas, nunca abandonando a figuração em sua obra, mesmo assim muitas de suas propostas foram tão controversas que mudaram o curso da arte no México.
Fundador da prestigiosa editora Beau Geste Press e co participante do movimento Fluxus durante a sua permanência na Inglaterra (1968-1976), onde se auto exilou, foi considerado pioneiro das caminhadas escultóricas e grande incentivador da arte postal e livros de artistas.
Nos anos 70 realizou performances de arte em praças públicas na Inglaterra e no México, além de outras performances cujos registros foram documentados em fotos e vídeos, que serão exibidos na individual. Destaque para a conversa gravada em 1970, entre o segurança da Tate Gallery e o artista, no momento que se apresentava como obra, tentando entrar no museu com sua cara coberta por um capuz - vídeo adquirido posteriormente pela própria instituição.
Artista icônico conceitual, performático, contestador, provocador e sempre buscando o novo, sua obra foi muito abrangente atuando em muitas frentes como pintor, escultor, gravurista, cronista, arquivista, professor, político, diplomata, editor, ator e viajante incansável, um tipo excepcional de artista, capaz de despertar tanto adesão como rejeição, que fez de sua vida e sua arte uma mesma obra, considerando-se um neologista: uma obra de arte viva.
Veio para o Brasil por questões diplomáticas, onde assumiu o cargo de Adido Cultural do México em São Paulo. Durante esse período continuou sua prática artística, sendo homenageado com uma grande retrospectiva itinerante “Manchúria - Visão Periférica” na Pinacoteca em 2010 com cerca de 250 trabalhos. Realizou duas exposições individuais na Baró, “Apocalipstick” em 2013 e “Tocata e Fuga – poemas abstratos” em 2014, um pouco antes de deixar o país e voltar definitivamente ao México.
No Brasil, circulava em muitas esferas, particularmente no meio do cinema. Como ator, participou do filme “Crime Delicado” do cineasta brasileiro Beto Brant, reafirmando seu poder contestador que ainda choca. Neste filme, ao aparecer nu em uma das cenas onde representava um artista pintando uma modelo também nua, perde seu cargo diplomático. Beto Brant, amigo de Felipe Ehrenberg, fez um documentário sobre a mostra Apocalipstick, sua primeira exposição na galeria Baró, e um outro filme “Zocalo” sobre uma obra do artista produzida no México. Os filmes poderão ser conferidos no anexo da galeria onde serão exibidos.