A ARTE SALVA: EDUARDO SRUR
No dia 8 de dezembro o artista paulistano Eduardo Srur convidou voluntários para participarem da ação, colocando 360 bóias com a frase “A arte salva” no espelho d´água do Congresso Nacional em Brasília. O objetivo de propor a arte como possibilidade de salvamento e o resgate da consciência através do ato pacífico. 150 pessoas responderam ao chamado de Srur: “Preciso de 300 voluntários para realizar esta manifestação artística no Congresso e mostrar a arte como uma possibilidade de salvamento, um caminho para resgatar a consciência”; a maioria delas estudantes da UnB tinham participado das conversas preparatórias realizadas na Maquete nos dias 6 e 7 de Novembro e que converteu também o processo criativo em coletivo. A iniciativa não foi autorizada previamente, já que no seu ânimo estava o uso do espaço público para fazer arte como um direito democrático e legítimo.
Os estudantes não foram os únicos participantes. Muitos outros que passaram pelo lugar entenderam a proposta e compartilharam a experiência convertendo a obra de Srur em uma ação coletiva. Baixo o grito de Salve! os plásticos salva-vidas laranjas foram atiradas na agua cobrindo a superfície e modificando a visão clássica da paisagem institucional. Um gesto poético que coloca ante os cidadãos a capacidade de acreditar na arte como ferramenta de transformação.
Eduardo Srur se apropriará da entrada e recepção da galeria com duas instalações. O paulistano apresentará o resultado da ação “A arte salva” efetuada na explanada do Congresso Nacional em Brasilía no dia 8 de dezembro de 2011, assim como o vídeo-registro do acontecido e uma série de aquarelas de figuras pops como a Estatua da Liberdade vestindo colete salva-vidas e a intervenção “Caçamba” que interagirá com a rua e a fachada do prédio da Baró.
Formado como pintor, o Eduardo Srur (São Paulo 1974) começou a partir do ano 2002 a investigar novas mídias, nas que se destaca a intervenção urbana, nas quais ele desenvolve uma capacidade de reflexão poética social exposta para a experimentação estética e crítica de toda a sociedade. Srur já espalhou gigantescas garrafas PET à beira do Rio Tietê, vestiu o monumento do Borba Gato com colete salva-vidas, instalou dezenas de caiaques tripulados por manequins no poluído rio Pinheiros e atacou as vacas da Cow Parade com o “Touro Bandido”. Além de no Brasil tem exposto na França, Suiça, Espanha, Holanda, Inglaterra, Alemanha, Itália e Cuba.